Poderoso radar pode ajudar a proteger a Terra de asteroides; entenda

O papel vital dos sistemas de radar terrestres na defesa planetária foi destacado pela Pesquisa Decadal de Ciência Planetária e Astrobiologia 2023-2032 das Academias Nacionais. Atualmente, apenas o Radar do Sistema Solar Goldstone da NASA está dedicado à detecção de asteroides ameaçadores. Contudo, recentes resultados apresentados na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência sugerem que o Telescópio Greenbank poderia se unir a esse esforço, ampliando significativamente a capacidade de detecção de asteroides e cometas em rota de colisão com a Terra.

O sistema RADAR de próxima geração (ngRADAR) do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) é parte integrante desses esforços futuros, utilizando o Green Bank Telescope (GBT) da National Science Foundation e outras instalações. Este sistema, ao empregar ondas de rádio, pode melhorar consideravelmente a detecção desses corpos celestes próximos à Terra. Atualmente, há conhecimento de mais de 1,1 milhão de asteroides no sistema solar, com mais de 30.000 sendo Objetos Próximos à Terra (NEOs).

A importância desse esforço é ressaltada pelo fato de que, embora aproximadamente 90% dos NEOs com mais de 1 quilômetro de largura tenham sido descobertos, ainda existem 10% não identificados que poderiam representar uma ameaça potencial. A sigla “NEO” se refere a Objetos Próximos à Terra, sendo monitorados pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA.

O radar, derivado da sigla “rádio detecção e alcance”, utiliza ondas de rádio para determinar distância e velocidade de objetos. Composto por antenas emissoras e receptoras, ele pode refletir ondas de rádio em rochas espaciais, auxiliando na detecção de asteroides e cometas. Além disso, possibilita um estudo detalhado do sistema solar próximo.

A história geológica da Terra é marcada por impactos devastadores de asteroides, como evidenciado pela cratera Chicxulub, criada pelo impacto de um asteroide há 66 milhões de anos. Para evitar cenários semelhantes, agências espaciais estão desenvolvendo estratégias, sendo a missão DART da NASA um exemplo notável. Realizado em setembro de 2022, esse teste colidiu com o asteroide Didymos, comprovando que um impacto cinético pode desviar sua órbita.

Outros métodos de desvio incluem o uso de dispositivos nucleares, velas solares e até mesmo pintura de asteroides. Todos esses métodos, no entanto, requerem tempo considerável, destacando a importância do aviso prévio para missões de desvio de asteroides. O GBT é sugerido como ferramenta essencial nesse esforço, graças à sua capacidade de observar 85% do céu sobre a Terra, rastreando rapidamente objetos em seu campo de visão.

Além de detecção de asteroides, o radar do GBT, por meio do sistema ngRADAR, também tem a capacidade de revelar detalhes impressionantes do sistema solar. Testes piloto já mostraram a capacidade de produzir imagens da lua com alta resolução. Essa tecnologia, existente desde 1935, continua evoluindo, com o potencial de aumentar significativamente a potência de saída e a largura de banda, abrindo caminho para descobertas inéditas na ciência planetária.

A NRAO lidera esses esforços, aproveitando instrumentos avançados para receber sinais de radar. Futuras instalações, como a próxima geração do Very Large Array, prometem uma combinação poderosa para a ciência planetária, consolidando o papel essencial dos sistemas de radar na defesa planetária.

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