Alienígenas, oceano e sem atmosfera: as hipóteses sobre o planeta anão Ceres

O planeta anão Ceres, situado no Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, tem intrigado cientistas há décadas. Uma pesquisa recente, conduzida por especialistas de diversas instituições e com a colaboração do astrônomo Rodney Gomes do Observatório Nacional (ON/MCTI), trouxe novas revelações sobre a origem desse corpo celeste fascinante.

Segundo os pesquisadores, Ceres teve sua origem na região mais fria do Sistema Solar, além da órbita de Júpiter. Posteriormente, foi atraído para o Cinturão de Asteroides, onde permanece até hoje. Essa conclusão foi embasada na composição única de Ceres em comparação com outros objetos no Cinturão.

Ceres, com cerca de mil quilômetros de diâmetro, possui um formato quase esférico, sugerindo um núcleo composto de ferro e silicato. No entanto, sua massa não é suficiente para reter uma atmosfera devido à fraca gravidade.

O que torna Ceres ainda mais especial é seu manto de gelo de amônia e água, que evapora quando exposto à luz solar, formando uma névoa que se dispersa no espaço. Essa presença de amônia é uma forte evidência de que Ceres pode ter se formado além da chamada Linha de Gelo, onde a amônia era abundante.

Durante a formação do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a Linha de Gelo variou de posição devido à evolução do disco de gás protoplanetário. Simulações computacionais realizadas pelos cientistas sugerem que Ceres, juntamente com outros objetos similares, foi deslocado para o Cinturão de Asteroides devido à instabilidade gravitacional causada pelo crescimento dos planetas gigantes.

Essa pesquisa não apenas fornece uma explicação convincente para a origem de Ceres, mas também lança luz sobre a dinâmica do Sistema Solar primitivo. O Cinturão de Asteroides serve como um registro importante da evolução do sistema solar, contendo informações valiosas sobre os processos que moldaram nosso sistema planetário.

O estudo liderado por Rafael Ribeiro de Sousa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com Rodney Gomes do ON e outros pesquisadores internacionais, será publicado na Revista Icarus em junho deste ano. Essa pesquisa reforça os modelos atuais de formação do Sistema Solar e destaca a importância do Cinturão de Asteroides como um laboratório natural para estudar os primórdios do nosso sistema planetário.

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