A pequena e incrível Constelação de Lira (Lyra): tem como ver do Brasil?

Apaixonados pelo cosmos e admiradores dos céus, provavelmente já se depararam com Vega, uma das estrelas mais brilhantes que gracejam nosso céu nocturno. Vega é um membro dominante de uma excepcional constelação denominada Lira (Lyra, em inglês), que se localiza principalmente no hemisfério norte.

A Constelação de Lira não é apenas uma bela colecção de estrelas, mas também um monólito da cultura e história humana. Seus contornos e configurações capturaram a imaginação de povos de eras distintas, resultando em belos mitos e lendas que ainda são contados hoje.

O protagonismo da Lira na cultura grega

A presença da Lira é fortemente sentida na cultura grega antiga. A constelação era vista representando um instrumento musical sagrado, a lira, inventado pelo deus Hermes utilizando a carapaça de uma tartaruga. Este instrumento era supostamente tocado de maneira celestial por Orfeu, um filho de Apólo e um mestre do instrumento.

Como a Lira ganhou seu lugar no céu?

De acordo com a mitologia grega, com sua habilidade de encantar os animais selvagens com a música da sua lira, Orfeu pôde descer ao submundo e negociar com os deuses a libertação de sua amada esposa Eunice, que morrera.

No entanto, ao descumprir a condição de não olhar para ela durante a viagem de volta, Eunice foi levada de volta ao submundo. Devastado pela perda e indiferente ao amor de outras mulheres, Orfeu acabou morto. Zeus, então, enviou um abutre para coletar a lira de Orfeu e colocá-la no céu, criando assim a constelação que vemos hoje.

Estrelas e objetos notáveis na Lira

A Constelação de Lira é mais do que um mero conglomerado de estrelas visível a olho nu. Ela abriga algumas maravilhas astronômicas que só podem ser totalmente apreciadas com a ajuda de bons binóculos ou um telescópio. O genitivo Lyrae é comumente usado para designar estrelas notáveis nesta constelação.

  • Épsilon Lyrae: Também conhecida como a “Estrela Dupla Dupla”. Com a ajuda de binóculos, é possível visualizar duas estrelas com magnitude 5. Os instrumentos mais potentes revelarão que ambas são duplas.
  • Beta Lyrae: Uma notável estrela variável eclipsável, que oscila em brilho entre as magnitudes 3.3 e 4.4 num período de treze dias.
  • M 57 (Nebulosa do Anel): Esta famosa nebulosa planetária parece uma estrela desfocada quando observada com um telescópio de 75mm. Aumentar o poder de ampliação revelará sua notável forma anelar.
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