Satélite europeu desativado deve cair na Terra nos próximos dias; destino é desconhecido

O satélite europeu ERS-2, lançado em abril de 1995, está prestes a reentrar na atmosfera terrestre nos próximos dias. Desativado há 13 anos, o satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) cumpriu sua missão como uma das espaçonaves de observação da Terra mais avançadas de sua época. Juntamente com o ERS-1, coletou dados cruciais sobre massas de terra, oceanos e calotas polares, além de contribuir para o monitoramento de desastres naturais.

A equipe do ERS-2 reduziu gradualmente sua altitude ao longo dos anos para evitar possíveis impactos com outras espaçonaves em órbita. Embora sua missão tenha sido encerrada há mais de uma década, a incerteza sobre a data exata de sua reentrada se deve à influência imprevisível da atividade solar, que afeta a densidade da atmosfera terrestre e, consequentemente, o arrasto sofrido pelo satélite.

A Agência Espacial Europeia prevê que a reentrada ocorrerá na próxima quarta-feira, às 21h24 no horário de Brasília. Durante esse processo, o atrito entre os gases atmosféricos e a estrutura do satélite deve resultar na quase total queima de sua estrutura. O diretor da missão de observação da Terra na ESA, Henri Laur, ressalta que o maior fragmento do satélite com chances de atingir o solo pesa 52 kg.

Apesar da possibilidade de fragmentos resistirem à reentrada, a probabilidade de atingirem alguém em solo é extraordinariamente baixa. Benjamin Bastida Virgili, engenheiro de sistema de detritos espaciais na ESA, destaca que a chance de um pedaço de satélite atingir uma pessoa é estimada em uma em um bilhão. Essa considerável margem de segurança proporciona tranquilidade em relação aos riscos associados à reentrada do ERS-2.

Este não é o primeiro caso de reentrada de um satélite da ESA após o término de sua missão. No ano passado, o satélite Aeolus retornou de maneira controlada, caindo no oceano Atlântico. No entanto, vale destacar que, ao contrário do ERS-2, o processo foi mais seguro, uma vez que a ESA pôde intervir devido à órbita mais baixa do Aeolus. A reentrada do ERS-2, apesar dos desafios, destaca a abordagem cautelosa da ESA para garantir a segurança em atividades espaciais.

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