Revelação Cósmica: Astrônomos Localizam Estrelas Binárias ‘Despejadas’

Astrônomos da Universidade de Toronto revelaram uma descoberta cósmica notável: uma população de estrelas massivas que teve suas camadas externas de hidrogênio removidas por suas companheiras em sistemas binários. Essa revelação, publicada na revista Science, lança luz sobre as estrelas quentes de hélio, consideradas as origens das supernovas de colapso de núcleo com baixa presença de hidrogênio e das fusões de estrelas de nêutrons.

Por mais de uma década, os cientistas teorizaram sobre a remoção das camadas externas de hidrogênio em sistemas binários, afirmando que cerca de uma em cada três estrelas massivas passaria por esse processo. No entanto, até recentemente, apenas uma possível candidata havia sido identificada.

Maria Drout, co-autora do estudo e professora assistente do Departamento de Astronomia e Astrofísica David A. Dunlap da Universidade de Toronto, enfatiza a importância dessa descoberta para validar teorias sobre supernovas, ondas gravitacionais e a luz de galáxias distantes. A existência dessas estrelas é crucial para explicar fenômenos astronômicos complexos.

A pesquisa, iniciada em 2016, utilizou dados do Telescópio Ultravioleta/Óptico Swift para coletar brilhos de milhões de estrelas nas Nuvens de Magalhães Grande e Pequena. Bethany Ludwig, estudante de doutorado na mesma universidade, destaca a importância das estrelas em sistemas binários, descrevendo o universo como “mais interconectado e ativo do que imaginávamos anteriormente.”

A metodologia da pesquisa envolveu a detecção de emissões ultravioleta incomuns, indicativas da presença de estrelas removidas, e a realização de observações ópticas com os Telescópios Magellan para validar as características desses objetos celestes.

A descoberta não apenas preenche uma lacuna significativa no conhecimento astronômico, mas também oferece oportunidades para estudos mais detalhados dessas estrelas e suas propriedades físicas. A pesquisa em andamento visa expandir a busca por estrelas “despejadas” em galáxias próximas e na Via Láctea, utilizando telescópios renomados como o Hubble e o Chandra.

Ao tornar públicos modelos teóricos e dados, os pesquisadores promovem a colaboração na comunidade científica, abrindo caminho para novas descobertas e avanços no entendimento do cosmos.

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