NASA e SpaceX tentam pousar novo módulo de pouso na Lua: “Odysseus” já está no espaço

A NASA e a SpaceX uniram forças em uma empreitada lunar de grande magnitude, lançando o módulo de pouso privado “Odysseus” em uma missão que promete marcar um capítulo histórico na exploração espacial. Conduzida pela empresa Intuitive Machines, com sede em Houston, a missão lançou o módulo lunar robótico no topo de um foguete SpaceX Falcon 9 do Centro Espacial Kennedy (KSC) da NASA, na Flórida, na manhã de 15 de fevereiro.

Se bem-sucedida, a Odysseus se tornará a primeira espaçonave privada a realizar um pouso lunar, marcando uma virada significativa na exploração lunar. A expectativa é que o módulo alcance a superfície lunar em 22 de fevereiro, abrindo caminho para um novo capítulo na exploração espacial.

O lançamento do Falcon 9, que ocorreu no Pad 39A do KSC, foi uma operação suave e eficiente. O primeiro estágio do foguete retornou à Terra para um pouso vertical na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, marcando a 18ª vez que este booster específico foi reutilizado, um feito notável da SpaceX.

O segundo estágio do Falcon 9, por sua vez, continuou sua trajetória em direção ao espaço, implantando o Odysseus em uma órbita de transferência lunar cerca de 48,5 minutos após o lançamento. Este é um passo crucial rumo ao destino final do módulo, que será uma área próxima ao polo sul da Lua.

O módulo lunar Odysseus, com aproximadamente o tamanho de uma cabine telefônica britânica, carrega a expectativa de se tornar um pioneiro na exploração espacial privada. A equipe da Intuitive Machines expressou profunda humildade diante da oportunidade de devolver os Estados Unidos à Lua pela primeira vez desde a missão Apollo 17 da NASA, mais de meio século atrás.

A NASA tem um interesse particular na missão, pois reservou uma carona no Odysseus por meio do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS). Esse programa visa utilizar as capacidades de sondas robóticas privadas americanas para levar equipamentos científicos à Lua de maneira mais econômica. Os instrumentos transportados pelo Odysseus foram projetados para coletar dados cruciais para o programa Artemis da NASA, que busca estabelecer uma base tripulada perto do polo sul da Lua até o final da década de 2020.

O módulo Odysseus carrega consigo seis instrumentos da NASA, incluindo o ROLSES para caracterização do plasma eletrônico, o LRA para guiar futuros pousadores, o NDL para coletar dados precisos durante a descida e aterrissagem, o SCALPSS para estudar a interação da pluma de exaustão com a superfície lunar, o LN-1 para demonstrar tecnologia de radionavegação e o RFMG para medir o combustível restante no tanque.

Além dos instrumentos da NASA, a Odysseus transporta cargas comerciais para diversos clientes, incluindo a Columbia Sportswear, que testará seu material isolante “Omni-Heat Infinity”. Entre as cargas, há também esculturas do artista Jeff Koons e um “repositório lunar seguro”, projetado para salvaguardar o conhecimento humano.

Essa missão lunar, entretanto, não é a primeira iniciativa do CLPS em direção à Lua. O módulo de pouso Peregrine da Astrobotic já realizou um lançamento em janeiro, mas enfrentou desafios técnicos e acabou causando uma destruição controlada na atmosfera da Terra. A complexidade dessas missões lunares destaca a dificuldade de explorar a Lua, especialmente para espaçonaves privadas.

A NASA considera essas primeiras entregas do CLPS como experiências de aprendizado valiosas, observando e aprendendo com cada tentativa, seja nos Estados Unidos ou por parte de aliados e competidores. À medida que avançamos nesse novo capítulo da exploração lunar, a missão do Odysseus oferece não apenas promessas científicas e tecnológicas, mas também reforça a importância da cooperação entre agências espaciais e empresas privadas para impulsionar a exploração do cosmos.

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