Lago ancestral da Nova Zelândia esconde segredos e grande anomalia magnética

Recentes mapeamentos subaquáticos no Lago Rotorua, na Nova Zelândia, revelaram uma descoberta fascinante nas águas deste local lendário. Situado no coração de uma colossal cratera vulcânica na Ilha Norte, o lago desempenha um papel central em uma lenda maori, contando a história de um amor proibido que transcende as gerações.

Além de sua importância mitológica, o Lago Rotorua é conhecido por suas águas turvas de tons verde-azulados, resultado da presença de enxofre, tornando-se um ponto histórico de interesse científico. Uma pesquisa detalhada conduzida pelo Instituto GNS Science revelou segredos ocultos nas profundezas do lago, trazendo uma nova perspectiva para este cenário lendário.

Utilizando tecnologia de ponta, os cientistas mapearam 55 km quadrados do leito do lago, incluindo crateras de erupção, um antigo leito de rio e uma surpreendente anomalia magnética na parte sul. Essa descoberta inédita revela a extensão dos sistemas hidrotermais de Rotorua até as entranhas do lago, desvendando uma paisagem submarina antes desconhecida.

O geólogo Cornel de Ronde, líder do estudo, comparou a experiência de analisar os mapas a colocar óculos pela primeira vez, permitindo uma visão nítida das “letras miúdas” do ambiente subaquático. A colaboração com a Marinha Real da Nova Zelândia, utilizando uma sonda de eco multifeixe, foi crucial para a coleta de dados abrangentes.

A anomalia magnética encontrada intrigou os pesquisadores, indicando a presença de pirita em vez da esperada magnetita nas rochas vulcânicas do lago. Os cientistas acreditam que os fluidos hidrotermais transformaram a magnetita em pirita, explicando a falta do sinal magnético esperado. Além disso, sinais de atividade hidrotermal, como o mapa de fluxo de calor e a presença de crateras, sugerem uma dinâmica geológica intensa nas profundezas do lago.

Mesmo com essa atividade, as temperaturas da água profunda do lago permanecem em torno de 14 graus Celsius, devido à presença abundante de água fria neutralizando o calor proveniente das profundezas. Essas descobertas não apenas oferecem insights sobre a geologia do Lago Rotorua, mas também adicionam uma camada adicional de emoção à lenda dos antigos amantes maori, unindo mitologia e ciência em um contexto único.

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