Evento histórico: cientistas detectam água em superfície de asteroide pela 1ª vez

Cientistas do Southwest Research Institute (SwRI), nos Estados Unidos, realizaram um feito histórico ao detectarem moléculas de água na superfície de um asteroide pela primeira vez. Utilizando dados do Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha (SOFIA), um projeto conjunto da NASA e da Agência Espacial Alemã, a pesquisa analisou quatro asteroides ricos em silicato.

O objetivo da análise era isolar assinaturas espectrais de infravermelho médio que indicassem a presença de água molecular. Os resultados revelaram com êxito a presença de moléculas de água em dois desses asteroides. Essa descoberta é crucial para entender a composição dos asteroides e pode fornecer insights sobre a origem da água na Terra.

Os asteroides estudados eram silicatos anidros, ou secos, que se formam mais próximos do Sol. A distribuição de água nos asteroides é particularmente interessante, pois pode oferecer informações sobre como a água chegou ao nosso planeta durante o processo de formação planetária.

Anicia Arredondo, autora principal do estudo, explicou que a pesquisa foi baseada no sucesso anterior da equipe que detectou água molecular na superfície da Lua iluminada pelo sol. A estratégia foi aplicada usando o SOFIA para procurar assinaturas espectrais semelhantes em outros corpos celestes.

Os asteroides Iris e Massalia foram identificados com assinaturas espectrais inequívocas de água molecular. Essa descoberta segue a detecção de moléculas de água na cratera Clavius da Lua, realizada pelo SOFIA em outubro de 2020. Observações anteriores em asteroides e na Lua haviam detectado uma forma de hidrogênio, mas não conseguiam distinguir entre água (H2O) e seu parente químico mais próximo, a hidroxila (OH).

Arredondo observou que, com base na intensidade das características espectrais, a abundância de água nos asteroides é consistente com a encontrada na Lua iluminada pelo sol. Além disso, a água nos asteroides pode estar ligada a minerais, adsorvida a silicatos ou aprisionada em vidro de impacto de silicato.

O sucesso da pesquisa permitiu que a equipe do SwRI entrasse na lista de pesquisadores aguardando para usar o Telescópio Espacial James Webb da NASA em futuras investigações. Eles planejam examinar mais 30 alvos, o que contribuirá para uma compreensão mais aprofundada da distribuição de água no Sistema Solar. Essa descoberta marca um evento histórico na exploração espacial, abrindo caminho para avanços significativos em nossa compreensão do universo.

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