Estados Unidos acusa Rússia de estacionar nave mirando satélites

Uma arma antiespacial é um dispositivo projetado para desativar ou destruir satélites em órbita. Essas armas podem ser mísseis disparados da Terra, satélites interceptores, ou sistemas de energia direcionada. A utilização dessas armas representa uma ameaça significativa à infraestrutura espacial, pois pode comprometer satélites de comunicação, navegação e observação, essenciais para atividades civis e militares.

Para evitar a militarização do espaço, países ao redor do mundo assinaram o Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe a colocação de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no espaço. O tratado visa garantir que o espaço seja usado exclusivamente para fins pacíficos, promovendo a cooperação internacional e prevenindo conflitos armados no espaço sideral. O acordo também proíbe a instalação de bases militares, testes de armas e manobras militares na Lua e em outros corpos celestes, mantendo o espaço como um ambiente livre de ameaças militares.

Arma antiespacial

Recentemente, o Pentágono anunciou que a Rússia lançou no dia 16 de maio o satélite Cosmos 2576, descrito como uma provável “arma antiespacial”, e o posicionou na mesma órbita de um satélite do governo dos EUA, o USA 314. Segundo o major-general da Força Aérea dos EUA, Pat Ryder, a nave russa é presumivelmente capaz de atacar outros satélites na órbita baixa da Terra, o que representa uma ameaça significativa à segurança espacial.

O satélite foi lançado do cosmódromo de Plesetsk, ao norte de Moscou. A agência espacial russa, Roscosmos, confirmou um lançamento no dia 17 de maio, atribuindo-o a interesses do Ministério da Defesa da Rússia. A discrepância nas datas pode ser explicada pela diferença de fuso horário. O Kremlin, através de seu porta-voz Dmitry Peskov, recusou-se a comentar as alegações, reiterando que a Rússia age em conformidade com o direito internacional e defende a proibição de armas no espaço.

A tensão aumentou quando, no mesmo dia, Moscou acusou os Estados Unidos de militarizar o espaço após Washington vetar uma moção russa de não-proliferação de armas espaciais na ONU. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que os EUA querem transformar o espaço em uma “arena para confrontos militares”.

A disputa pela militarização do espaço vem se intensificando. Propostas rivais de não-proliferação foram bloqueadas na ONU, com os EUA, Reino Unido e França vetando a moção russa, enquanto a Rússia vetou a iniciativa dos EUA. Robert Wood, enviado de Washington, acusou Moscou de manipulação diplomática e destacou que o lançamento do Cosmos 2576 segue uma série de lançamentos de possíveis sistemas contraespaciais pela Rússia em 2019 e 2022.

Especialistas alertam que a militarização do espaço pode ser a próxima fronteira da guerra, apesar do Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe a colocação de armas nucleares ou de destruição em massa no espaço. A crescente dependência tecnológica global torna o espaço um domínio crítico para a segurança nacional e internacional.

Essa nova acusação reflete o aumento das tensões entre EUA e Rússia, ressuscitando o espectro de um conflito espacial e destacando a necessidade urgente de regulamentações internacionais robustas para prevenir a militarização do espaço.

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